Dizem que tenho Alma de poeta. É possível, mas para além de poeta, sou mulher, fui criança, sou ser humano. Na grande maioria das vezes vejo e sinto coisas que só sei expressar por palavras, por imagens. É um jeito de ser... é o meu jeito de pôr a Alma no scriptum...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O beijo



Imagem retirada da internet



Ao de leve, vou sentindo o toque fofo das pequenas almofadas carnudas, vestidas de vermelho rubor. Quero roubá-las para mim, mas não consigo. A suave humidade que me passas, faz-me desejar ter sede da fonte onde a àgua que sabe a ti não seca. O calor que emanas percorre-me o ponto onde te toco e nossos lábios se envolvem numa dança que faz continuar a música pelos corpos. Desce devagar a vibração, e os lábios mantém-se unidos como que entrelaçados, saciando a sede mútua. Ela entra, primeiro envergonhada na ansia de explorar o mais que dali pode vir e encontram-se algures a meio, comunicando em estranhas danças selvagens, com todos os pontos cardeais do desejo espalhados pelas rosas dos ventos dos nossos corpos, a adivinharem tempestade. E a dança de roda que praticam entrelaça desejos e desperta o fogo escondido nas profundezeas da terra fértil. Separadas por um qualquer pequeno descuido da memória ficam a sonhar-se. Dançaram ambas abertamente com os desejos e as vontades furtadas...


18/04/2010

reeditado

2 comentários:

  1. Bonito!

    O beijo é sempre um roubo! Por vezes consentido, outras com sentido...

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  2. Um beijo roubado, eis o unico roubo que não é ilegal quando é feito de sentido (os)

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