Dizem que tenho Alma de poeta. É possível, mas para além de poeta, sou mulher, fui criança, sou ser humano. Na grande maioria das vezes vejo e sinto coisas que só sei expressar por palavras, por imagens. É um jeito de ser... é o meu jeito de pôr a Alma no scriptum...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Os grilhões da querença

À flor da pele! - Foto de mcpial retirada do site olhares


Sei que te amei...não te explico, não me explico...explicações complicam a simplicidade de um coração que bate na presença de um pequeno som que se identifica de imediato, numa pequena parte do corpo que não necessita trazer acoplada toda a grandeza do resto, para se identificar como a tal... aquela que que nos faz vibrar sem toques , sem sequer necessitar da deslocação do sopro de ar que provocas...
O peito eleva-se acima das nuvens, numa eterna avidez do teu ar, que caminha em minha volta e me apura os sentidos.Todos os pedaços sensitivos em mim te auscultam, mantendo a distância, mas sentindo os sentidos todos, como poderosos marcadores da tua presença. Mas não estás , não foste, não és...presença imaginada dos atordoados temores das perdas, assim são as paixões e os sentidos, os corpos distantes, sonhados em uníssonos, mas nunca encontrados em avidez real. E o tempo passa, e o corpo apaga-se de vontades, os sentidos desmobilizam da sua dança de presenças activas e alertas, e fica o resto... esta saudade que pesa na imaginação que voa, sempre que a liberto dos grilhões da querença de deixar ir... ao sabor do vento...espalhar essa tempestade de sentidos que provocas à tua passagem...

4 comentários:

  1. a saudade do amor, o que se viveu e o que ficou por se viver, tentar colocar em palavras, racionalizar, soa sempre a pouco... tens razão Lou, talvez não se deva escrever sobre coisas que são feitas apenas para sentir, porque perde o sentido passar para o papel as coisas feitas de pele... cá estou eu a enrolar-me quando devia calar-me...:))))
    Um abraço bom para ti!
    Muse

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  2. :) , podia dizer muito , mas apenas retribuo o abraço.

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