sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Palavras
Há alturas em que as palavras faltam, vão-se. Como se o grande vazio que me preenche conquistasse o último resquicio de vida que sempre me sobra, que são as palavras que se formam, brotando continuamente da pedra em jeito de nascente de água, de onde invariavelme voltarão a nascer vontades e esperanças mesmo que incompreensíveis. Nessas alturas são outras palavras, as escritas, as pensadas pelos outros, que me dão alento... Porque se o maior veiculo de transmissão que temos é a linguagem, à que aproveitar todas as suas potencialidades, todas as suas formas sentidas e marcadas por sinais visiveis ou apenas perceptíveis aos mais sensíveis. A inteligência permitiu-nos a linguagem, que fomos moldando às inúmeras diferenças que apresentamos...Tantas formas de expressão... tantos pensamentos... todos válidos...todos verdadeiros pelo menos no momento em que são expressos, mesmo que depois se esfumem e não passem de momentos a ser vividos e interpretados por outros que se revejam nas palavras que alguém lançou ao vento...
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Não quero impressionar lol mas o teu texto levou-me, de forma enviesada, para a Florbela Espanca, que escreveu, salvo erro, que as palavras são vazias... e eu acrescentaria que então são como as pessoas...como algumas muitas...
ResponderEliminarE o que entendes por uma pessoa vazia? Pode ter várias interpretações, embora eu acredite que são as palavras que nos preenchem.
ResponderEliminarSe são as palavras que nos preenchem... é porque muitos de nós estamos vazios...não?
ResponderEliminarSim, sem dúvida. Mas estar vazio é diferente de ser vazio.
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