Foto de Nuno Chacoto retirada do site Olhares
Uma imensidão a perder de vista...faz-nos perder também os pensamentos, pular de ideia em ideia, ir e voltar- e no entanto nada à nossa volta mudou enquanto fomos e viemos montados nas asas do pensamento - a algum lugar que só nós conhecemos.
A mente encadeia ideia a ideia, como correntes de pensamento, que ligam a uma enorme âncora ou simplesmente como um jogo de saltos entre as diferentes texturas do chão...
Mas a imensidão a perder de vista continua lá..., sempre igual... As searas ou o que resta delas - ou as ervas que daninhas se assomam por todos os cantos - ondulam com um vento baforento, que pouca ou nenhuma mossa nos faz...e as searas ondulam como se fossem uma eterna maré de castanhos, sem rumo, sem corrente que lhe indique o lugar para onde ir... e o pensamento voa, foge dali, preso que estão os olhos à quietude e monotonia do lugar, mas que mesmo assim nos enche as medidas e nos enforma.
Pensamentos perdidos muitas vezes, em misturas de várias ideias simultâneas... e a
paisagem que parece não ter fim, mas que no fundo é logo ali, assim como logo ali está um qualquer momento pratico.
Ao voltar os olhos atrás, na busca dos pensamentos que entretanto cavalgaram para outras paragens, a imagem exactamente igual ainda lá está, imutável ( velhaca)... e talvez seja isso que nos leva a tanta reticência, a inúmeras esperas que um dia - enquanto o pensamento voa livre na paisagem - algo diferente aconteça: como a passagem de um bando de pássaros ou simplesmente a queda de uma lande ou de uma bolota ( com o seu tão característico efeito sonoro)
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