Pensei em colocá-las exactamente no mesmo local, de onde as havia tirado -de qualquer das formas, onde estavam não me incomodavam. Fui eu na minha eterna incapacidade de sossego, que as retirei do seu sonolento e inercio estar, fui eu que lhes quis dar vida, quando toda a vida que fora sua se perdeu - no momento que tiveram o seu auge - na lembrança do momento que pretendiam guardar.
Encher as caixas de novas vidas - era essa a ideia genial - transforma-las em utilidades múltiplas do dia a dia, fundi-las com as rotinas que vestem (quer queiramos quer não) de segurança as nossas vidas.
O difícil é encontrar utilidades para encher as caixas: o difícil é encontrar sentidos nessas utilidades; o difícil é não voltar a transformar as caixas noutras de igual valor, mas agora cheias de coisas que nunca saberemos bem para que é que irão servir.
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