Dizem que tenho Alma de poeta. É possível, mas para além de poeta, sou mulher, fui criança, sou ser humano. Na grande maioria das vezes vejo e sinto coisas que só sei expressar por palavras, por imagens. É um jeito de ser... é o meu jeito de pôr a Alma no scriptum...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

* Crónicas de uma terra qualquer * # 7



A imaginação do Homem aguça-lhe o engenho... até aqui nada de novo. Todos sabemos que os impossíveis são quase sempre alcançáveis, se prolongarmos por tempo suficiente a vontade de chegar a qualquer lado. Júlio Verne chegou à lua ou às profundezas das muitas léguas submarinas, muitos anos antes de um qualquer outro corpo real lá chegar.

E é natal, outra vez... De boca em boca saltitam os mesmos desejos, as mesmas vontades. As ruas teimam em iluminar-se, mesmo sabendo que as economias não reluzem nos bolsos. E sem a luz, que veste do espírito necessário as ruas, o natal não tinha o mesmo significado. Poderia passar despercebido aos olhares dos mais distraídos, ou dos mais desligados das mundanices associadas às épocas festivas.

Este ano, a "nossa" árvore, foi plantada em cima da fonte ( dantes iluminada e com repuxo, agora obrigada a alguma contenção, para que a electricidade não se incomode com a sua presença). Estranha a ideia, para alguns, a mim - de cada vez que lhe ponho a vista em cima - lembra-me a vontade - intriseca ao Homem - de querer sempre realizar os impossíveis. Lá está ela, imponente, bela e iluminada, lembrando que se a vontade assim o desejar, até as mais improváveis misturas poderão ser atingidas, sem curto-circuito.
Fica central, a árvore, iluminando o local com maior movimento- provavelmente- lembrando que até isso, os locais de maior importância, podem sempre ser alterados com a passagem do tempo.
Foi cruzamento, depois rotunda ( com o desnecessário sacrifício da palmeira, que a todo custo tentava crescer no local onde a plantaram) , em seguida fonte luminosa e também rotunda.

Só o Natal não muda, por muito que se tentem suavizar os espíritos. Mesmo em tempos de contenção, as ofertas de consumismo continuam a tentar os bolsos e as mentes, dos que pelas ruas se passeiam. A todo o custo, pretende-se realizar os desejos dos que connosco partilham os dias, mesmo que essa mistura de vontades e possibilidades seja bem mais difícil de atingir, do que a mistura da água com a luz...

1 comentário:

  1. lembro-me de em pequena , fazer peças de Natal ..
    lembro-me , em particular de dizer um poema que começava assim:
    "Natal , Natal , que significa ?
    aos pobres...aos pobres ..não muda a vida ... "


    bjjj

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