Dizem que tenho Alma de poeta. É possível, mas para além de poeta, sou mulher, fui criança, sou ser humano. Na grande maioria das vezes vejo e sinto coisas que só sei expressar por palavras, por imagens. É um jeito de ser... é o meu jeito de pôr a Alma no scriptum...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Monólogo de uma cultura florida



Porque teimas em florir em verdes campos desertos, singela planta comestível, se não é esse teu papel. Porque te embelezas, se na natureza apenas o caldeirão quente dos temperos te espera? 
Germinas em fecunda terra, de agua e sol te alimentas e transformas um reino noutro , sem pedir licença a um Deus para dares vida ao inerte. 
Quem te disse que as flores te transformam em algo que não és? Tu, nutriente enterrado em raizes que pouco mais fazes que chamar a atenção para que te venerem, não percebes que o teu verdadeiro valor se perde em vão, quando é nas fomes que alimentas que tens teu dom.
Perco palavras contigo nobre couve, quando apenas em silêncio me escutas, ignorando meus pensares. E em silêncio permaneces, ornamentada com flores perenes que te alimentam a vaidade e apenas me enchem o olho, quando é verdadeiro o alimento que preciso.


Postado originalmente no minimo ajuste

2 comentários:

  1. "sabe lá,o que é morrer de sêde em frente ao mar?sabe-lá..."

    ResponderEliminar
  2. em frente ao mar morre-se de sede se o sal impedir de a beber, essa água imensa à disposição chegará ou não para matar a sede a quem dela morre?

    ResponderEliminar