Foto de Luna retirada do site olhares
Quase todas as histórias têm um lado bom e um lado mau, ou o herói e o vilão e mesmo quando assim não acontece, quando são histórias correntes, do dia a dia, da vida do mais comum dos cidadãos tentamos por mais que não haja um lado santo ou pecador, atribuir aos personagens dessas mesmas histórias o papel do bom e do vilão. E à roda das histórias da vida vão-se criando opiniões, discussões e histórias paralelas, alimentando um bolo por vezes amargo outras vezes com efeito tipo bola de neve, que por onde vai passando vai aumentando o tamanho e sendo cada vez mais distruidora e deformada... talvez seja o efeito dos ruidos na comunicação ou apenas essa caracteristica humana de opinar sobre tudo, conjecturar e enfabular, com bons ou maus resultados.
Num país onde se vive uma suposta crise social, e onde muitos só a conseguem perceber porque ao fim do mês as contas são cada vez mais magras e as prateleiras mais vazias, discute-se agora a chegada ou não do papão com nome de fundo internacinal. E é vê-los a fabular, construindo cenários, enquanto a população assiste como se um desenho animado ou um programa de variedades de sucesso se tratasse.
Quase que ao fechar os olhos consigo ver os fervurosos inimigos de uma qualquer padeira nacional, que segundo conta a lenda nos impediu de sermos apenas mais uma provincia dos nossos vizinhos, a bater palmas de contentes, e penso que andamos todos provavelmente com a cabeça na lua e a pisar flocos de neve prestes a sermos engolidos pelo frio glacial...
Fala-se em poupança e gastam-se milhares em produtos de utilização duvidosa para o bem nacional, mas interessante para o bem de algum pessoal ,com certeza competente e com inúmeras necessidades de deslocação, num país com uns míseros 900 Km de norte a sul.
Penso nas minhas histórias por vezes absurdas, aparentemente sem inicio ou fim, mas que me saem da mente apenas porque ouso pensar que enterterei alguém com o meu palavreado. Pergunto-me se não será exactamente isso que nos andarão a fazer? a enterter, para que cada um possa ir fazendo a sua vidinha, enchendo-se dos prazeres da vida, fechando os olhos áqueles que assumiram proteger quando distribuindo sorrisos nos contaram a mais bela história...
É bom lembrar que nem todas as histórias começam e acabam com os mesmos heróis, há voltas e reviravoltas que todas as histórias podem dar e nenhuma é uma causa perdida até ao último ser vivo existente. É bom lembrar que a força e o poder de decisão está sempre na massa humana anónima, nessa que lê as histórias, que compra os filmes, que dá a força do seu trabalho e que decide quem é que pode ou não contar-nos as histórias e em quais delas vale a pena acreditar.
Porque neste país, e neste manuscrito ainda é permitido pensar...
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