Dizem que tenho Alma de poeta. É possível, mas para além de poeta, sou mulher, fui criança, sou ser humano. Na grande maioria das vezes vejo e sinto coisas que só sei expressar por palavras, por imagens. É um jeito de ser... é o meu jeito de pôr a Alma no scriptum...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Um outro olhar a direito(s) e a pré-caridade



É um facto que gosto de dar  novos sentidos a tudo o que vejo, escrevo e leio.
De manhã, com os olhos ainda ( ou já ) cansados das infinitas imagens que nos passeiam pela ideia ao longo de um prolongado dia, salta-me à vista um enorme outdoor, vestido em cores que ferem a imaginação, com a seguinte frase, escrita num agressivo tom de grito: " não à precariedade".
Provavelmente foi a imaginação a querer fugir à agressividade, que me fez olhá-lo com outros olhos.
É um facto: estamos num tempo de pré-caridade.
Num tempo em que nos valemos da pré caridade de quem governa para que os direitos se mantenham o menos tortos possíveis; num tempo em que é necessária alguma pré-caridade para não agredir o que nos apoia com o fel das nossas próprias frustrações; num tempo em que, com muita pré caridade, teremos que olhar o esforço dos outros e tentar perceber o que faríamos se fosse nosso o local que ocupa.
É agora o tempo em que a pré-caridade é mais importante: é o tempo de fazer alguma coisa pelo próximo, que connosco compõe esta sociedade em estado de precariedade.
Mais importante do que agredir ou culpar, é necessário olhar a deveres, mais que a direitos, trabalhar em/com/juntos e utilizar toda a pré-caridade necessária para, em frente, manter a base sólida(ria) duma nação.

4 comentários:

  1. Verdade! Que cada um faça, pelo menos, a sua parte.



    ¬
    Bom Carnaval, Lou.

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  2. é assim epee, cada um deve fazer a sua parte, esperando que tempos melhores sempre cheguem.

    Bom Carnaval para ti também, muita folia

    Beijinhos

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  3. Também gostava de ainda acreditar nisso, mas talvez a idade me tenha tornado mais céptica do que desejava... ainda assim, prefiro acreditar que ainda é possível do que conformar-me com essa impossibilidade. E acomodar-me, apesar de tudo, creio que nunca virá a fazer parte de mim.

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  4. Tenho em grande consideração os que acreditam naquilo que fazem, nos que conseguem lutar ainda, sem perderem as suas convicções.
    Mas ainda considero mais os que sem conseguirem vislumbrar formas de minorar a sua precariedade, inventam formas para se tentar soltar das caridades alheias.

    Acomodar-me a situações que nos agonizam não é de todo uma parte de mim, também

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