quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
O cinzento da imensidão
Um emaranhado de ramos secos espreitam a imensidão da paisagem. As nuvens saturam de um cinzento que se faz imagem, o que poderia ser a leveza de um quadro pintado a frescas recordações. As verdes montanhas pintalgadas de branco - que não vingaram no meu enquadramento - despovoaram as memórias; apenas o cinzento do céu permaneceu incólume, como se só ele tivesse ficado retido.
Onde buscar a cor? Onde pintar o céu de cores originais, não forçadas; de cores algures imaginadas? Lavando as memórias de uma chuva que esvazie o silêncio do cinzento, talvez se possam ao arco iris roubar as cores, espalha-las sem cobrar um preço imaginário, pintando de novo as imagens que não retive.
De que cor pintar o natural esbracejar de uma árvore que não controla as suas ramagens? Com que folhas cobrir a frieza de uma copa desnudada?
Falta-me a imaginação para retocar os defeitos da paisagem, faltam as cores; falta talvez a chuva, para que se molhem as secas saudades dessas imagens imperfeitas que não retive.
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