Da pedra, diz-se que é fria, imutável, mas até os efeitos da passagem do tempo se fazem sentir no inerte.Erosão, transformação ou simples desgaste, a pedra muda. Aquece, se devidamente exposta a acertada fonte de calor - pedra liquida, magma incandescente.
Da pedra também se fala quando a um qualquer estado de consciência alterada ou inconsciência se pretende fazer referência - arma de arremesso de guerras primitivas, a primeira fabricante de fogo, a ultima fonte de um prazer traiçoeiro.
As pedras rolam, imóveis, mudam de lugar sem possuírem movimento próprio e no entanto mantêm-se anos e anos sem sequer serem notadas. Um ano de pedra, longínquo, será para nós uma era. A pedra foi e será enquanto a nossa passagem é apenas uma leve aragem na passagem do tempo.
No entanto, a pedra, a mais pobre de todas as existências ou a mais rica e resistente habitante do Universo, permanece, em todos os locais onde repousarmos o olhar, sem sequer pararmos para pensar na sua pesada existência.
Já meditei perante algumas pedras (outras fumei...mas isso é outro departamento). E senti algumas das coisas que descreves. Invejo-lhe a intemporalidade. O assistir silencioso. Não lhes quero a essência: a estupidez...Embora às vezes...
ResponderEliminarNem isso eu sei se não lhes invejo. A estupidez,parece-me, nos dias que correm, é a grande percursora da mais simples e pura felicidade. Uma forma de estar como tantas outras.
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