Dizem que tenho Alma de poeta. É possível, mas para além de poeta, sou mulher, fui criança, sou ser humano. Na grande maioria das vezes vejo e sinto coisas que só sei expressar por palavras, por imagens. É um jeito de ser... é o meu jeito de pôr a Alma no scriptum...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A estação de todas as estações.


O nosso Abril está de extremos! Tão depressa o calor invade os dias, trazendo à memória o melhor de um Verão de que ainda não é tempo, como se veste com o capote cinzento do Inverno investido de rigores, humidades e ventanias.
" Em Abril, águas mil" assim diz o ditado: a voz do senso comum, tão fértil como o nosso linguajar.
Gosto destes dizeres, não só pela sua simples musicalidade mas também porque se aplicam a toda e qualquer situação, invertendo facilmente os princípios, os conselhos e as opiniões, dando assentimento a quase todos os juízos, numa democrática visão das várias hipóteses possíveis para uma qualquer solução.
" Em Abril ainda a velha queima a canga e o canzil" afirmando que Abril se não quer demasiado quente, mas também já não com rigorosas e invernais identidades.
Só os ditados e o senso comum parecem não chegar para as novas definições, é necessário olhá-lo, vivê-lo e percebê-lo, vestindo as peças apropriadas a cada dia que nasce, porque de adaptações é o ser humano feito e o nosso Abril agora parece que  está de extremos!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Manifesto da cultura ( ou a importância de um Sei Lá)

Sei lá é uma expressão utilizada para diversas coisas. Na sua forma original pode significar desconhecimento, é vulgarmente utilizada para caracterizar* um determinado grupo de pessoas com  n  caracteristicas idênticas, ou, para  uma quantidade de cidadãos de uma determinada zona do pais e com uma certa idade, significa um espaço. Eu explico: Sei lá era um café-teatro. Café teatro? ( perguntam). Sim, café-teatro. Sei lá foi uma das coisa mais originais que se fez em termos de cultura para todos, exclusivamente de iniciativa privada e com um sucesso tremendo; o que é ainda de maior louvor. A determinadas horas de determinados dias as luzes apagavam-se e qual Cinderela o café absolutamente normal ( desses que fazem parte do nosso dia a dia ) transformava-se numa explosão de gargalhadas. Representações originais feitas exclusivamente com a prata da casa chamavam àquele lugar tanta gente que o espaço se tornava sempre pequeno. 
Sei lá durou o que durou, a tentativa de alterar o conceito e expandi-lo não teve grande sucesso. Desde aí nada de novo se fez. Pelo menos nada de novo realmente original e sem a colaboração do estado “nas pessoas” do município ou seus colaboradores( leia-se sem o apoio da câmara ou dos seus organismos) , ou sem a necessidade de grandes patrocínios. 
Somos grandes! Necessitamos de grandes apoios! 
E eis que chegamos ao estado em que o estado está. Nada se faz sem apoios. Também ninguém ousa fazer sem sequer pensar primeiro: onde é que nos vamos apoiar? 
Não me interpretem mal, os apoios são necessários mas não imprescindíveis para o fazer. Imprescindíveis são as ideias... e fazer. Porque se não, o que nos resta são “homens da luta”, com a cultura à medida, imposta à maneira, e nós que nada fazemos ouvimos e engolimos, numa característica* euro visão do que a Europa pensa de nós: Não será altura de alterarmos o estado a que nos deixámos chegar ?










* segundo  o novo acordo ( numa tentativa de serviço público) : caraterizar
                                                                                              caraterística